quarta-feira, 30 de abril de 2008

Pronomes...


Esse blog está recheado de EU, MEU, MIM.
Pode parecer narcisista, talvez seja mesmo, mas eu, meu corpo, meus sentidos, minha mente, são os aparatos de que disponho para sentir o mundo... É assim, a minha perspectiva das coisas...
Acontece que isso aqui é pra ser uma conversa, mas, começa sempre num monólogo.
Quem começa a conversa sou sempre EU, afinal, essse espaço é MEU, mas você bem que pode vir aqui deixar seu palpite pra MIM.
Como gosto mesmo é de gente, bom mesmo é quando NÓS compartilhamos tudo isso!
Abaixo o bloco de um só!

terça-feira, 29 de abril de 2008

O que foi, o que é e o que nunca será...


A mutabilidade da vida nos mostra como os tempos verbais trazem consigo surpresas...
Os tempos verbais, o passado, o presente e a idealização.
Sim, a idealização é um tempo verbal, o mais angustiante de todos, o futuro que só existe no campo da expectativa, da ilusão. O futuro que nunca virá. A idéia em estado bruto e irrealizável. O irreal.
Há muitos exemplos da atuação desse infeliz tempo verbal na vida de todas as pessoas... Na minha não haveria de ser diferente...
Hoje coloco aqui um que me deixou pensativa durante os últimos cinco dias. Nem é uma idealização particular, uma vez que foi ensinada desde a infância, creio ser a idealização de uma imensa população de brasileiros... Nem é uma idealização de todo tão irrealizável, talvez, no passado tenha sido bastante próxima da realidade.
O fato foi a visita que fiz com uma querida amiga, uma nova amiga e o motorista que nos levou até uma aldeia indígena em Boracéia, litoral de SP.
O choque de realidade foi brutal, embora já esperado, quase que certamente sabido... E começou antes de a viagem começar.
Mal saímos de minha casa, o motorista nos sugere comprar alguns brinquedos, mimos para as crianças... Algo já me soa estranho e uma pontinha de desilusão começa a dar sinal de vida.
Então quer dizer que os curumins já conhecem brinquedo de "branco"? Gostam de recebê-los como mimo?
Tá, tudo bem. Criança gosta de presente, de brinquedo mais ainda, afinal, criança é criança em qualquer lugar... Mas, fica então a dúvida, eles fazem seus próprios brinquedos? Ainda brincam segundo a tradição de seu povo? Ou será que já se renderam às facilidades da "civilização"?!
Confesso que senti um desconforto tamanho com os meus questionamentos, não com eles em si, mas, nas possibilidades do que eles aventavam serem reais...
Se eram, o mal já estava feito, mas, não me dignei a sair do carro com elas, simplesmente não queria participar desse ato que considerei corruptivo em termos culturais.
Não julgo a atitude dos envolvidos, ambos só pensavam em agradar, mas, cada vez mais, penso que o nosso conceito de agradar nem sempre é o mais adequado...
Começa o trajeto, apelo pro "respira fundo e vai". Não é difícil, no dia a dia, todos nós temos nossos mecanismos de fuga pra suportar aquilo que de primeira (alguma vezes de segunda, terceira e por aí vai) não conseguimos entender, aceitar, digerir... A tarefa foi bastante simples, as companhias eram boas, a paisagem bonita, a conversa fluía, por mais uma hora e pouco me safei, me iludi.
Durou até a última parada antes do destino, pra perguntar se estávamos no caminho certo, uma vez que era uma "estrada de chão". E, pra comprar balinhas pras crianças...
PQP! Açúcar não presta pra ser humano algum! Já os viciaram nesse lixo também?!
Sim, eu sou viciada nessa porcaria que a mim, especialmente faz mais mal do que às outras pessoas, mas, isso é assunto pra outra conversa...
Mas, já os viciaram nesse lixo também?! Essa é outra pergunta que ressoou cá dentro um bocado de vezes até chegar lá...
Não seria melhor presente oferecer-lhes frutas?!
Tá, não disse nada, pequei pela omissão. Não quis julgar ou ser indelicada com minhas amigas. Elas só cumpriram um protocolo que deve ser antigo já...
Afinal, há mais de quinhentos anos de escambo... De que custava aceitar umas balas, um brinquedo em troca de um sorriso, uma palavra, uma fotografia.
Aliás, qualquer mimo vale, um povo tão explorado acabou por aprender a tirar proveito da situação de alguma maneira. Nem dá pra julgar atitude assim... Não mesmo, depois de tudo o que lhes foi tirado...
Bóra pro carro de novo... Mais cinco minutos só, pra mais uma desilusão, aliás, para desilusões em série... A primeira delas já era sabida, embora não aceita completamente... Só mais umas linhas e lá vai.
Chegamos, ponte quebrada, aliás, recebendo reparo. Lá vamos nós aldeia adentro a pé. Uma grande rua em linha reta. Andamos por ela. Lá vem as primeiras ocas. Parte de madeira e palha, parte de alvenaria. Algo entre o retangular com as extremidades ovaladas. Já não era o que esperava, mas...
Umas poucas crianças brincando fora, olhos relativamente espantados, mas nada que causasse alarde. Não paravam de brincar, apenas evitam olhar-nos, alguns pareciam ligeiramente tímidos. Não com a presença de "brancos" em si, mas, com a presença "daqueles brancos" desconhecidos...
Aí vem a decepção n° 1: varais cheios de calças jeans, roupas do dia a dia de qualquer ser urbano...
Não demora nada, decepção n° 2: as crianças vindo da escola, que fica dentro da aldeia, de short e camiseta, calças jeans e sandálias havaianas... Alguns vinham descalços, mas, o traje exatamente o mesmo.
Talvez, se tivéssemos chegado na hora marcada, antes das duas horas de atraso, até houvesse alguma comitiva nos trajes tradicionais, coisa pra turista ver, mas, ali vimos a coisa como é. Ao menos, nesse sentido, tive oportunidade de esquecer para sempre o tempo verbal idealização. Não valia à pena manter aquela imagem das pinturas em museus, das fotografias de livros de escola.
Tá, eu já havia visto isso na TV antes, não vou mentir. Também havia visto na estrada, os daquela mesma aldeia (que já tá parecida com pizza, meio Guarani, meio Tupi), vendendo palmito ali na pista.
Sim, mas confesso, queria encontar a maioria o mais parecida possível com o que um dia foi.
Decepção n° 3: no caminho, dentro da aldeia, vi garrafas pet e embalagens plásticas jogadas no chão... O mesmo chão "Mãe Terra" que eles tanto cultuaram e ainda dizem cultuar (talvez não com o mesmo ardor antigo)...
Não eram tantos objetos quanto já vi em comunidades onde trabalhei. Mas, ali, no tempo verbal da idealização não cabia um que fosse.
Pior foi passar junto de um membro de destaque da tribo que quase pisou em cima, e sequer retirou o objeto do lugar ou mencionou algo sobre aquilo...
Chegamos à escola, onde encontramos nosso guia. Ainda estava posto o almoço das crianças, uma comida tão igual à qualquer outra de qualquer lugar. Arroz com carne moída e salada...
Tudo bem, provavelmente a prefeitura local é quem fornece. Mas não seria possível fornecer uma dieta saudável mais próxima à cultura desse povo?! Pq tudo tem de ser tão desvituado assim?!
Decepção n° 4: chegamos ao nosso guia, não vi nele e nem nos outros ao redor o mínimo traço de altivez indígena. Vestes vulgares, postura curvada, tão massacrado quanto qualquer outro trabalhador braçal que se vê num ponto de ônibus.
Não se trata de beleza física, nem de traços étnicos. Trata-se de postura corporal e vocal, de brilho no olhar, de segurança no próprio existir, de conexão com o ambiente onde vive, do saber do mundo ao redor, de seus iguais. Tudo muito frágil...
Me espanta a falta de resistência, de reivindicação.
Fomos à "casa de reza", o nome já foi corrompido também, mas, deixa pra lá... São séculos de dominação cultural. O cheiro era bom. Algo que enfim parecera mais legítimo do que tudo o que vira até então...
Não que o restante não fosse, até era, só que pela metade, fora do tempo verbal natural, do passado e igualmente fora do tempo verbal da idealização... Tudo deve ser observado diante da conjuntura atual, mas, é difícil, quando pensamos no povo que é a referência viva mais "primitiva", "selvagem" que conhecemos...
O cheiro, os vestígios da fogueira estavam ali, bem junto ao tapete gasto e sujo de terra que poderia ter saído da sala de qualquer um nós. Ali houve música nativa, cantada sobre o som de violão, outra corruptela dos colonizadores... Algumas explicações superficiais voluntárias, algumas perguntas que fiz com igual superficialidade respondidas. Algumas observações com cujas quais obtive instantânea concordância com meneios de cabeça, sem o menor questionamento ou contestação...
Duas coisas me fizeram feliz ali, saber que ao menos acontecem ali reuniões periódicas pra o povo discutir suas necessidades, estabelecer metas, praticar e passar adiante o que resta da sua cultura, e ver que minha amiga que tanto aprecia a Mãe Terra e as culturas indígenas, viu, ali sentiu alguma magia... Bem que tentei, mas só senti o vazio do que foi sem deixar rastro, do real sentido daquilo que espero esse povo ainda sinta...
Mais um pouco de passeio, ouvi boas notícias, que esse povo faz reflorestamento de palmito, tem seus próprios tanques de peixes, seus viveiros. Que trabalham para que a área onde vivem, daqui a dez anos, volte a ser como foi antes, para que os pássaros retorne e a caça também. Me alegrou saber que a escola lá dentro funciona bem, educa em idioma nativo, português e outras matérias, até inglês (que já não sei se acho bom...). Que os jovens vão à faculdade e depois têm a obrigação de retornarem à cominidade, para trabalharem por seu povo, reproduzirem o conhecimento que receberam. Boas novas enfim!
Depois foram as picadas de mosquitos, ver minha amiga comentar que sentia certo incômodo em estar ali, como se tivesse "ido ao circo ver os palhaço", o desafio à própria vergonha em distribuir as balas, dar os brinquedos...
Pior foi o que percebi na conversa, quando disse ao índio que gostaria de lá ficar uns dias, num próximo retorno ao Brasil. Perguntara sobre que danças eles faziam, a resposta foi "depende do período do ano", sim, até aí entendo, por conta das celebrações sazonais, as festividades mudam de acordo com os ciclos lunares e por aí vai... Mas a decepção n° 5, foi a pior de todas, foi ouví-lo dizer que na próxima visita, é só dizer "que dança quer ver e eles fazem".
Não é o circo, nem são os palhaços, mas, não deixa de ser um show encomendado... Com direito a marcar data por celular e tudo.
Agora vêm as decepções finais, não sei se maiores ou menores, ficou tudo tão sem medida... Terminado esse tour, fomos à casa de nosso guia, conhecer, comprar artesanato. Chegando lá, me deparei com uma enorme antena parabólica, obviamente lá dentro havia uma TV (se bem que ele já havia falado que há horários para todos verem TV, há regras na tribo, para manter a ordem. Lá ao menos parece que funcionam.). Outras surpresas pelo chão, a que mais me chocou foi uma mangueira aberta com água jorrando à vontade.
PQP! Fala-se tanto em não desperdiçar água. Essas campanhas passam na TV! Eles nunca viram?! E ainda mais na casa de um líder, que seria referência para os demais?!
Outra surpresa, as crianças desembrulharam as balas, tiraram as embalagens dos brinquedos e tudo ficou ali mesmo pelo chão.
Uma coisa seria jogar no chão sobras de frutas, de alimentos naturais, outra coisa é papelão e plástico. pra quem já foi tão perjudicado pela devastação do "branco", falta consciência para cuidar do espaço que lhes cabe...
A casa é interessante, não vi geladeira, mas, eles têm fogão à gás e também à lenha. Não um ambiente coletivo, cada casa com seus utensílios e objetos.
Redes?! Não, beliches. Paredes escuras, com aspecto de pouco cuidado e parca limpeza...
Gostei de ver as sementes de palmito do lado de fora, na carriola, que jamais imaginei serem daquela maneira. Aliás, sempre achei que o palmito fosse planta rizomática... Ao menos aprendi algo, e mais umas palavras que já me esqueci...
Comprei lá uns brincos de penas, cuja haste é dessas que se compra em lojas de bijouteria da Ladeira Porto Geral... Mas são bonitinhos, valem como lembrança e como ajuda à família.
Hora de voltar, mais uma surpresa, pegamos carona até o carro, na kombi que levaria nosso guia a transferir seu título eleitoral, juntamente com alguns jovens em idade de adquirirem os seus.
Sim, pq o "silvícola" que sabe comunicar-se em português tem direito a voto. Na vida social, infelizmente, é tão cidadão de segunda classe quanto a grande maioria sofrida do nosso povo, mas, o voto deles vale o mesmo que de toda gente. E sempre há quem se interesse em angariar os deles...
Da carona gostei da música vinha do rádio, que era música feita por eles mesmos, de um CD que por coincidência, tenho aqui em casa. Música, que percebi, foi o que conseguiram preservar melhor de suas raízes... Ainda que não totalmente, mas, está salva.
Gostei da despedida, do olho no olho e da satisfação que vi no líder, ao perceber nos que partiam o verdadeiro interesse pela sua cultura. Na expressão admirada ao dizer que éramos os primeiros visitantes que conheciam alguns rituais e palavras de sua etnia. Pela primeira vez a satisfação em ser quem se é.

Dizem que os Corubos são bárbaros, que não aceitam sequer a presença de mebros de outras tribos, entretanto, devem ser eles os índios cuja cultura mantem-se mais preservada dentre todos os de nossso país...

Dessa visita ficaram em mim os questionamentos, algumas respostas, muitas desilusões e a certeza que o desapego é o único caminho... Que o tempo verbal da idealização não se concretiza além da decepção. melhor é a realidade, seja como for.
A viagem foi produtiva em aprendizado e uma delícia pelas companhias, pelas conversas, pelas risadas e pelo desejo satisfeito (de quem mais merecia).
Ah! Maria, liga não pra o meu ponto de vista, que feliz é aquele que consegue ver magia em tudo, assim como tu, que já és a própria magia. Já sou feliz só por poder ir no rastro desse perfume.



Hoje eu ia falar de burocracia, IR e sei lá mais o quê, mas, isso não é um arquivo cronológico. Minha alma fala o que quer.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Burocracias...


PQP!
Detesto burocracia! Detesto obrigação!
Até as coisas que a gente gosta de fazer, de vez em quando não dá vontade... E nem é pq são chatas, é só pelo fato de ter uma sequência de procedimentos que só de pensar, já me corta metade do tesão.
A outra metade acaba antes de terminar o último passo dos tais procedimentos.
Sei lá, eu devo ser mesmo um bicho estranho. Ah! Eu sou o que sou e pronto.
O fato é que a lei do mínimo esforço é ótima. Pode vigir na minha vida que quanto mais fácil, mais eu gosto!
De onde vem todo esse meu sentimento declarado agora?
Tá, vou contar.
É que até postar aqui vira obrigação...
É uma delícia, mas todo o ritual de logar, escrever, postar é cansadinho demais pra mim que gosto de tudo num estalo.
Aí eu olho e lembro que fiquei um dia sem escrever. Aí venho e escrevo, ou só penso nas idéias que tenho pra escrever. Aí penso: _ Tenho de ir lá escrever. Preciso ir lá escrever.
Aí fico rebelde e demoro mais, pq me soa a obrigação...
Também tem os comentários pra responder, que eu demoro. Igual a hoje, que eu li e pensei um monte de coisas, que eu não escrevi. E vou deixar de escrever agora, pq tô com preguiça... Fica pra depois.
A mesma coisa pros scraps do Orkut...
Sou mais pela telepatia, pelo teletransporte.
Idéias eu tenho um monte. Amar eu amo um monte de gente. Lugares, gosto de estar em vários.
A questão é a movimentação que se tem de fazer... Pensava ter abandonado a idéia de ser etérea. Não, só aceitei a minha condição, até pq, não tem outro jeito. Mas o etéreo ainda me encanta, pq não precisa desses subterfúgios, estratagemas, essa porcaria de burocracia do mundo material. É só fluir...
Afe! Eu tenho mil coisas pra escrever, pra dizer, mas todo o processo da comunicação me cansa... Tem um monte de gente com quem eu adoraria conversar, mas, pegar o telefone, mandar um E-mail ou ir até ela... Que delícia seria pensar na pessoa e já enviar o sentimento, o pensamento, me transportar pra perto. E eu sou assim, penso, sorrio, mato a saudade, metalmente digo o que quero, e me satisfaço. Só esqueço que é preciso dizer, que as pessoas não sabem o que se passa aqui dentro.
As formalidades! Essa praga diária!
Pior que isso só declarar Imposto de Renda. (Mas esse será um capitulo à parte, para outro post.)
Então, se você aí que me lê agora se sente ou se sentiu abandonado, posto de lado ou coisa assim, saiba que não é nada disso... Eu só sou assim, um bicho estranho, que quando consegue aparece, e que se não consegue, fica muito feliz quando alguém compreende e ainda assim tem vontade de estar perto.
Ah! E tendo vontade, apareça, que eu não sei ir, mas adoro quando alguém vem, da forma que quiser, na hora que der.
Beijos a todos os meus queridos(as).
Depois falo mais das aventuras burocráticas, pq hoje, até que já falei demais...

sábado, 26 de abril de 2008

Perda e encontro...



Hoje não quero palavras, juras, canções.
Quero apenas um longo instante de me perder e me encontar no silêncio quente e doce do teu abraço, Amor...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Inconsciência...


Depois de duas viagens longas, várias horas de estrada no banco do passageiro, observei algo que bastante ecoou em meus pensamentos nos últimos dez dias...
Percebi o quão grande é a inconsciência humana em relação ao valor da vida. O quão mecanicamente agem. Que simplesmente não percebem o quanto um ato seu pode influenciar para bem ou para mal a vida alheia... A extrema falta de cuidado consigo e com o outro ao lado, dentro ou fora de seu veículo.
Não se avalia os riscos. Aliás, se corre riscos desnecessários, na confiança cega de que aquela manobra será feita em tempo, de que ultrapassagem em curva é algo tão simples e tão sem consequência quanto chupar um sorvete... Todos são "pilotos". Todos acelerados, como se um minuto pesasse a ouro...
É, por vezes esse minuto pode custar caro.
Respeito? Atenção? Responsabilidade? Onde fica tudo isso?!
Observo, me espanto.
As pessoas não percebem? Elas não se sentem mais?! Elas não vêem ao redor?!
Amanhã é dia de estrada de novo, dia de observar, de me safar novamente...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Intolerância...


Em meu silêncio observo tanto, e a cada cena, tanto mais me calo...
Hoje foi pior, não foi humana a manifestação. Aqueles cuja inocência, pureza, ou outra idealização romântica qualquer, compuseram o ato triste... Duas de minhas três cadelinhas.
A mais velha, meu xodó, quietinha lá no canto tem seu sangue derramado pela agressividade da mais nova, que, sempre é a mestra em causar brigas. Ela, a mais chata e irritante de todos os caninos que já passaram pela minha casa... Ela, que nem era para ser minha. Que foi ficando lá...
Não bastava fazer o que fez, teimou, a isolei em outra parte da casa e ela fez questão de sair de lá e começar tudo novamente...
Separei-a mais uma vez, lá está, isolada num canto. Não contente, avançou em mim.
Agora é demais! Não vou dar a ela segunda chance.
Fica isolada, até que encontre um novo lar a ela. Farei-o rápido, pq não confio nela, não a quero mais perto de mim.
Não, eu não sou magnânima. Já não havia gostado do fato de sem motivo algum ter ela machucado justo a minha mais querida. Não admito esse tipo de atitude! Tanto menos ainda querer machucar a mim, que nada havia feito senão afastá-la, para que não continuasse o conflito.
Não, não dou a outra face. Estou com raiva sim!
Não a quero por perto mais.
É triste, sinto por ela, mas não mudo de atitude. Não há como resolver o problema a não ser dessa forma. Então, me livro do problema.
Vejo pessoas assim, fazendo da mesma maneira. O pior é que elas são racionais.
Eu nisso tudo?
Faço como já me decidi fazer, isolo a pessoa da minha vida e me livro do problema...
Afe! Isso tudo cansa.
Detesto agressividade, detesto intolerância. Mas, há certas coisas que não sei e não quero tolerar...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Hein?!



Sei que não sou a pessoa mais presente do mundo... Mas, minha ausência não é seletiva, é geral mesmo.
Mas, PQP!
Quando depois daquela fase "como vai, tudo bem", a pessoa diz: "Fala, o que você quer de mim?"...
Afe! Minha cara caiu no chão!
Tudo bem que eu fico um tempão sem aparecer, sem dar notícias. Mas...
Afe! Fiquei confusa.
Ainda não digeri.
E eu só queria mesmo saber como ela estava...

Time is money.







E eu tenho tanto tempo sobrando...
Que venha agora a proporcionalidade!
Aí sim fica tudo perfeito...



segunda-feira, 14 de abril de 2008

Heaven, I'm in heaven!



É, a sensação é exatamente essa...
Tanto que até me fogem as palavras. E olha que essa é uma proeza que poucas situações conseguem causar...
Cada vez mais percebo que quem tem amigos tem tudo!
Que sou uma afortunada. E a minha gratidão por isso é enorme!
Essa troca é fundamental para mim... E me faz bem essa sensação de que, semelhante atrai semelhante, pq me dá até um certo orgulho da semelhança com pessoas tão queridas e especiais...
É maravilhosa essa percepção de que todos nós estamos no mesmo processo de movimentação para a cura, dá a certeza de que estamos no caminho certo. E de que esse mundo ainda tem jeito!
Pq o movimento individual transforma pra melhor o coletivo.
Obrigada, de todo meu coração, pela presença, pelo carinho de todos vocês. Obrigada por fazerem parte da minha vida. Por me me deixarem fazer parte da de vocês.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O tanto e o nada...

Hoje tanto vi, tanto li, tanto ouvi, que não quero dizer nada...
Quero apenas o magnífico som do silêncio.




Desliguem todos os telefones do planeta!
Ou, só por hoje, esqueçam meus números...

Ah! Coitado!







Vamos continuar a discussão a respeito do coitadismo, iniciada ontem...
Não bastasse toda a reforçadíssima carga de sacrifício, martirização e o escambau da crença cristão, ainda temos a já elencada lista de (des)"razões" para o povo brasileiro ser um ativista incondicional (ainda bem restam alguns pra me contradizer...) do coitadismo.
Pois é, eles devem acreditar que "só através do sacrifício se alcança a luz", "o sofrimento purifica a alma", "só tem valor aquilo que veio de muito suor!" e é um sem número a lista mantras da pobreza mental, espiritual e material da nação...
Afe! Que deprimente!
Tem muito o que render esse assunto, sei que ainda vou retomá-lo por muitas vezes, com outros enfoques. Mas, estou ciente de que é um assunto recorrente, uma vez que há várias maneiras de apoiar e/ou exercer o coitadismo...
Ativistas infernais dessa instituição lastimável, mantenham distância!
Vou falar sobre uma das manifestações mais rasgadas do coitadismo que mais tem me incomodado nas últimas semanas, pela milionésima vez, pq infelizmente, parece que boa parcela da imprensa vive da tragédia alheia.
Sim, se já não sou muito de assistir notíciários, pq dá neurose em qualquer pessoa a quantidade de noticias ruins disparada por minuto... Aliás, o IDEC, INMETRO ou orgão afin deveria fazer uma pesquisa do limite de exposição tolerável à saúde humana da desgraceira impressa, radiodifundida e televisionada... Que nem tem em relação à poluição, coliformes fecais e equivalentes. Que, aliás, de novo, estão no mesmo patamar...
Retomando, o que mais me incomodou foi a absurda veiculação por todos os meios, inclusive aquele de boca a orelha, dada ao episódio da menina arremessada pela janela do apartamento do pai.
Foi tanto que se falou disso, inclusive, que como pensei, houveram outros casos de criança arremessada...
Afe! O que é o poder do "inconsciente coletivo", ou seja lá como prefira chamar, focado nesse assunto.
Coisa mais irritante. Sinto pela perda da criança, pelo acontecido.
Tá, mas também, sinto numas, mais no que tange ao sentido de humanidade. Pq não vou ser hipócrita a ponto de dizer que chorei, me escandalizei ou coisa assim. Sinto muito, mas, tenho uma vida pra cuidar. Sinto muito quando acontece alguma coisa a alguém que eu conheço, gosto.
Mas, não dura mais do que o tempo da exclamação: Puxa vida, que coisa triste!
É, até pq, se eu for me deprimir por cada notícia ruim que divulgam, PQP! Nem sairia da cama...
Melhor é não ouvir!
Sim! faço questão de me alienar do que não me acrescenta em nada. Se não acrescenta, tirar é que não vai. Não, a minha paz eu não deixo nada me tirar não!
Que me chame de fria quem quiser!
Detesto comoção nacional! Detesto essa ode aos desgraçadinhos.
Não, não faço parte desse grupo, glória, aleluia, amém! E nem quero fazer!
Aconteceu. Foi. A quem de direito, todo o direito de sentir a dor que sente. A quem não, vá lavar um bom tanque de roupas pra ver se não esquece rapidinho... Vai esquecer e começar a reclamar que "Ai! Que esse sabão acaba cas minhas unha!" Ai! Que resseca as mão e arde os olho!"
Agora é mais fácil esquecer-se da própria vida e fazer vigília na frente da casa da mãe... Identificar-se com causa alheia e esquecer da própria vida lá, desmoronando... E ainda bater no peito e dizer que se comove sim, pq tem sentimento!
Ah! Vá encarar cem metros de cana pra cortar!
Fica aí essa lamúria nacional, que só serve pra despistar as notícias de corrupção e pra vender jornal, dar no saco da gente com o mesmo assunto quinhetas vezes na TV.
troço mais chato!
Cultura, educação, diversão saudável, meios de aumentar a auto-estima do povo ninguém mostra né?!
Não precisam deixar o caso lá na gaveta, mas, precisa TODOS os canais da TV aberta e alguns da por assinatura passarem o dia todo só nesse assunto?! Informa quando tiver novidades. Aliás, novidades comprovadas, verdadeiras, sem especulação.
PQP!
Felizmente eu conheço alguns jornalistas sérios, mas não consigo deixar de notar que uma parte mais se assemelha a bandos de urubus e alguns outros a cultivadores de carniça...

É triste, pq com isso, perdemos nós, pq comprometesse o direito ao acesso à informação...
E não muda, pq o povo gosta.
Fica difícil saber na mão de quem estamos...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Bonito é ser coitado...


PQP!
Tem certas coisas que nunca vão entrar na minha cabeça, ainda bem!
Eu não tolero essa cultura do desgraçadinho, que é uma instituição brasileira...
Neste sábado que passou, voltando de uma baladinha com os amigos tava comentando isso no carro.
Afe! Brasileiro é considerado o povo mais alegre e mais solidário do mundo. Tá, são até positivos os elogios, mas, um tanto quanto contraproducente o primeiro...
Como é que pode ser tão alegre um povo que adora um drama?!
Quanto mais trágica for a notícia, mais rapido e para maior contigente se espalha...
São poucas as pessoas que repassam uma boa notícia. Em compensação, desgraça parece que todo mundo faz questão de contar.
Quando meu pai era vivo, várias vezes tive de lhe repreender pelo hábito que não se consolidou por conta da minha veemência em dissuadí-lo. Ele assitia todos os programas ao estilo "Datena" que passassem na TV. E pior, depois queria me desfiar todinho o rosário de barbaridades a todo custo.
Notei bem a neurose que estava desenvolvendo. Mal a gente colocava o pé na rua e vinham as quinhentas recomendações e mais os lembretes dos terríveis acontecidos noticiados.
Fico espantada com a quantidade de boas iniciativas, de acontecimentos positivos que são negligenciados. Fico pasma de ver como uns poucos se empenham nisso, enquanto a maior parte da imprensa só faz por divulgar desgraceira, quanto mais impressionante for, pior...
Tudo o que é canal de TV em tudo o que é horário está lá, nos massacrando com o mesmo assunto. É a indústria da comoção coletiva. É a auto-comiseração de um povo em catarse coletiva...
Talvez sejam os fatores que discutíamos, o Brasil, embora "Estado laico" (tecnicamente), tem sua maioria cristã. Foi o cristianismo trazido com nossos colonizadores, aí começa a história de devoção ao sacrifício e à martirização. Ou, como prefiro chamar, a cultura da ode ao desgraçadinho...
Que eu saiba, o povo indígena não cultua um absurdo desses, ainda bem, uma vertente são do nosso povo. Quer dizer, era sã, até chegarem os europeus...
Retomando, nossos colonizadores trouxeram junto às bagaens o cristianismo... Tinha bagagem mais pesada?! Não estou a criticar os "ensinamentos crísticos", mas a necrofilia que o cristianismo colocou como principal ponto de sua ritualística... Está lá, a cruz no ponto mais alto de cada igreja, o que é impossível não notar. Isso quando não há outra, ou outras dentro dela... Fora as imagens da via dolorosa e tudo mais o que for adereço de necrofilia religiosa...
Não bastou seguirem os ritos eles, ainda impuseram-nos aos nativos. tentaram escravizá-los religiosa, moral e fisicamente.
Eis que surgem então os próximos coitados da história. Oficialmente os primeiros coitados de nacionalidade brasileira... Os que tiveram sua terra usurpada, sua cultura desfigurada e por aí vai.
Felizmente sua alma rebelde não permitiu maior escravidão, embora muitos morreram, tiraram a própria vida ou entraram em confronto, na defesa da própria liberdade...
Para a submissão ao mando europeu, eis que chegam os negros. A imagem importada, e posteriormente incorporada, à cultura dos desgraçadinhos.
Sim, foram tirados de suas origens, enfiados em porões de navios imundos, muitos não suportama as crueldades da viagem (acredito que tanto melhor para eles, em vista do que os esperava...), usurpados de todas as maneiras, relegados ao status de objeto. Tudo isso foi sim muito bárbaro. E o pior, continua ecoando por toda sociedade, em seus descendentes e naqueles que os exploram ou apenas os segregam até hoje. O preconceito ainda existe, infelizmente... A questão é que agora, ser "desgraçadinho" tem suas vantagens. (mas isso é assunto para outra conversa...)
Depois vieram os imigrantes de várias nacionalidades, inclusive os meus avós, bisavós... Sim, saíram espontâneamente de suas terras natais. Mas, se estivesse bom lá, será que sairiam?! Não creio.
A viagem foi dura, muitos nem chegaram, o trabalho era duro, as diferenças eram duras pra se adaptar... Poucos "fizeram a América", multidões repetiram a mesma história, a vida simples, a saudade de casa, alguns conseguiram ficar pior aqui do que lá, uns se suicidaram... E tome mais desgraçadinhos... E tome mais dor.
Muitos vieram da Itália, da Espanha, povos sabidamente passionais, porquê não dizer dramáticos?!
Somam-se essas tantas histórias de dor, de sofrimento, de auto-comiseração... E forma-se nossa identidade brasileira, que, não é muito diferente de boa parte do povo latino... Ao menos não em fervor cristão, em assimilação desses valores, mesmo para quem hoje tem outra concepção. Sim, é difícil mudar valores tão arraigados, uma vez que desde o nascimento somos bombardeados pelos conceitos da cristandade...
Depois vemos a situação do Nordeste brasileiro, das favelas, da miséria... E dá-lhe a multiplicação dos "desgraçadinhos"...
Eu tenho respeito pelo meu povo, tenho admiração pela garra deles, mas, isso não me impede de ver o coitadismo vigente...
É uma falta de auto-estima coletiva. É o "Sou pobre, mas sou limpinho", "O carro é velho mas tá pago"... É a hipervalorização do estrangeiro, da música estrangeira, de qualquer coisa que venha de fora, em detrimento de tudo de bom que temos aqui, de nosso!
Não temos de desprezar o que vem de fora, mas, pq dimensionar de uma maneira tão dispar em relação ao que é nosso?!
Tantos genuinos talentos anônimos enquanto qualquer zé ruela de fora faz sucesso aqui! Afe!
E o governo que incentiva o coitadismo?! Não promove o desenvolvimento humano. Não, faz assistencialismo!
Tá, até ensinar o fulano a se virar, tudo bem, que seja dada alimentação e condições a ele. Mas isso tem prazo! Precisa de investimentos para que aconteça... É mais fácil pedir do que trabalhar pra ter. Pois é, e o governo é mais um incentivador do coitadismo como meio de vida...
E o povo acha lindo. E em época de eleições, o desinfeliz do candidato faz lá um agrado qualquer só naquele período e os tontos já saem participando das propagandas pra campanha dizendo, o Dr fulano é tão bom pras pessoa! Achando que recebeui favor! E ainda votam no desinfeliz.
Pois é, um povo desse tem mais é que se lascar!
O assunto é longo, vai dar muita conversa ainda. Pode até me render saraivada, pois que seja, quieta eu não fico assistindo a isso... O foco era outro, mas, amanhã eu chego nele, pq é complexo o quebra-cabeças da cultura da óde ao desgraçadinho...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Do silêncio das profundezas de mim...



Dizem que "uma imagem diz mais que mil palavras"...
Talvez essa, "A metamorfose de Narciso", de Salvador Dali, seja capaz de exprimir meu silêncio momentâneo.
Minha metamorfose não me torna de lago em Narciso, nem de Narciso em lago, me faz mergulhar na minha própria face de Narciso refletida no lago...
Preciso de tempos em tempos de um mergulho profundo, sentir em silêncio o silêncio das profundezas em mim falantes... Preciso sentir-me, preciso sentir o mundo, sem palavras, sem explicações, sem conceitos, sem sentido pré-estabelecido, apenas o instintivo, o intuitivo, o primitvo das coisas em mim e de mim nas coisas...
Preciso olhar por diferentes ângulos as componentes que carrego, identificar-me em cada uma delas. Eu só conheço o mundo através de mim, dos meus olhos, dos meus radares... É preciso paz para poder aguçá-los, lapidá-los. É preciso silêncio.
Minhas ausências periódicas são para contemplar o fora e o dentro. Meus lábios por vezes se fecham, mas meus olhos, minha pele, não param de captar.
Meus pensamentos, meus sentimentos, estão todos ativos, pairando onde está meu bem querer, aquilo e aqueles que me fazem sentido.
Eu estou por aí e por aqui, pare de falar, pare de ouvir e apenas sinta-se, então me saberás...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Ganhar e não levar...


PQP!
Existe sensação mais brochante do que a de ganhar e não levar?!
Pois é, é exatamente essa a que eu tive ao conferir o resultado final da minha prova para o concurso do INSS, elaborado pela CESPE-Unb...
Ganhei mas não levei, graças ao gênio que resolveu criar o método de avaliação mais absurdo, abusivo e cretino da face da terra, que eu NUNCA vi ser aplicado por outras organizadoras de concurso público.
A genialidade de castigá-lo duplamente pelo erro, uma vez que, não basta o erro já contar como uma perda. Não, para essa brilhantes instituição, em face do método genial por ela adotado, errar te prejudica duas vezes.
Pq, cada questão certa vale um ponto positivo, a em branco ou assinalada nos dois campos conta como zero e, agora vem a melhor parte, a errada vale um ponto negativo. Ou seja, não responder ou anular é melhor, pq não te dá, mas não te tira ponto.
Seu erro conta duas vezes, pq depois de somados todos os acertos, subtrai-se desse valor a quantidade de questões erradas e voilá, esta é sua nota final. Conclusão, que lindo, acertar 70% da prova faz com que você que, provavelmente, depois que conferiu seu gabarito e ficou feliz da vida, certo de que está aprovado, fique frustrado, revoltado e se sentindo idiota por perder seu tempo se preparando pra levar com a porta na cara.
Yes! Aconteceu comigo.
Imagina só a minha alegria...
Agora imagina só o que eu quero que aconteça com a CESPE-Unb! ...
Raivaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Semelhança e sincronicidade...




Engraçado, não sei porquê objetivo, mas, tenho notado que a vida tem se empenhado muito em fortalecer minhas crenças na semelhança e na sincronicidade...
Cada vez mais acredito que "semelhante atrai semelhante", por que pessoas muito queridas com as quais me relaciono estão na mesma sintonia, numa semelhança não só em termos de afinidade, mas também de momento. Um fenômeno sincrônico. Todos nós refletindo, cada um a seu modo, dentro da sua vivência, sobre os mesmos temas, valores, buscas e objetivos bastante semelhantes no mesmo espaço de tempo...
Essa é uma troca muito produtiva, mas, acima de tudo gratificante, prazerosa...
Dessas que fazem a gente sentir que não está sozinho e nem fora do lugar, do caminho pessoal.
Até a maneira de expressar os sentimentos por vezes fica parecida, o mais espantoso, é que nesse caso, isoladamente, em separado, sem combinação prévia, em momentos diferentes mas, em assuntos nem tanto.
Afe!
Tem algum trânsito astrológico estranho rolando...
Mas esse não há de congestionar via nenhuma que nos leve adiante naquilo que queremos.

Aliás, por toda troca, por todo carinho, pela disposição em me olhar, em estar junto como é possível estar, agradeço aqui ao amor mais que amado: Denis, aos amores amigos Vini, Angelita, Marcia, Maria, Pepe, por hoje e por alguns outros vários dias...
Aos amores amigos que sei que sempre encontrarei em alguma parte do caminho, Mario, Galego, Ligia, Caru Carolina, Silvana, Eliz, Janóca, Jana, Binho, Will, e tantos outros, que vou considerar citados por amostragem, cuja presença sinto independente da distância, sem cujos quais não teria aprendido e nem trocado tanto, mesmo quando vocês sequer percebiam...
A minha história inclui vocês, e talvez vocês nem saibam o tamanho de suas participações...
Me sinto afortunada por tanto e só queria que vocês soubessem...
Por que é isso que faz a vida valer à pena.
AMO VOCÊS!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Tô mais pra prosa, e pouca, do que pra poesia...


Eu acho até muito lindo o romantismo, a fantasia, a sedução.
Gosto de vivê-los, de sentí-los, de compartilhá-los...
Mas simplesmente não estou tão etérea, tão doce nos últimos tempos.
Estou mais chão, mais poço profundo, mais de atitudes e olhares...
Mais noite, mais silêncio, mais mergulho, mais o Yin.
Estou nas coisas mais práticas da vida... Não é uma fase eterna, é só uma passagem.
Pra poder voar preciso primeiro deixar que as asas cresçam... Mais um pouco e as minhas estarão prontas.
Então, pro amor mais que amado e pros amores amigos, eu peço que não me interpretem literalmente, que nem me interpretem...
Na dúvida, perguntem.
E compreendam caso eu não tenha ainda a resposta.
Sou só humana, assim, exatamente como você... Estou só aprendendo.
Não me interprete. Pq meu silêncio é apenas silêncio, parada pra tomar fôlego, minhas poucas palavras não são descaso, são apenas o que posso oferecer no momento, são de todo coração e carinho, embora desprovidas de delicadeza ou magia.
Amo o encantamento, mas, primeiro preciso tornar para mim a vida mágica e tudo o mais fluirá naturalmente, como sempre fluiu.
Minha ausência é passageira, sei que tem durado mais do que de costume, mas, eu simplesmente preciso me fazer presente para mim...
Quem não entende isso, vá com D´us.
Cada escolha tem seu preço, estou ciente da minhas e muito feliz com elas...

Alguém sabe


por que a gente sente certas coisas mesmo não querendo, e lutando muito contra?!
Por que o emocional tem de ser o irmão surdo e retardado do racional?!
O que a gente faz pra os dois terem uma conversa e chegarem a um entendimento pelo menos no que é mais importante?!
Tô cheia de perguntas, basta saber quando vêm as respostas...

terça-feira, 1 de abril de 2008

A saúde está na UTI !


PQP!
Nos últimos três dias pude perceber infelizmente que o que já estava péssimo conseguiu piorar ainda mais!
Sim. Já fazia pelo menos um ano que eu não ia a um Pronto Socorro. A situação não era boa naquela época, agora então está de chorar.
Como acompanhante, tive a possibilidade de constatar a precariedade da coisa sem nenhum esforço... Antes se fazia vista grossa, afinal, essa situação não havia chegado ao nosso quintal. Pois é, agora chegou. Não estou falando de hospital público não.

Falo de um cuja aparência impecável serviria tranquilamente como hotel “estrelado” ou fino edifício comercial de outra natureza. O que estraga é só o fundamental pra aquela preciosa e delicada engrenagem funcionar, o atendimento.

Organização não passou nem perto...

Respeito humano, será que alguém por ali conhece?!

Numa só hora eram centenas de pessoas dando entrada e se aglomerando na sala de espera, uma vez que “fazer uma ficha”, que muitas vezes nem chegava ao consultório depois, era uma verdadeira saga heróica.

Nunca vi meia dúzia de atendentes tão atrapalhados, a única coisa que de fato sabiam era a resposta decorada sobre o escandaloso tempo de espera. Vergonhoso, deprimente.

Num lugar onde se faz necessária toda a Paz possível se instalara a lei da selva. A situação era resolvida quase que no grito. Quem não reclama literalmente não tem direito nenhum ali senão o de esperar sem esperança.

Muito me incomoda usar de tom grosseiro para conseguir o que era direito não só nosso, mas, de todos que ali presente estavam. Sim, porquê usando de meus conhecimentos e capacidade de argumentação, consegui resolver o nosso problema, mas e o dos outros?! Acaso o direito deles não era exatamente o mesmo?! E a necessidade deles, não era tão legítima quanto a que defendi?!

Sim, sim para ambos, porém, ali foi o “cada um por si” que reinou. Temo pelos que têm pouca instrução, pouca noção dos próprios direitos e de como reivindica-los, daqueles que se intimidam diante de um uniforme, daqueles que deixam calada a própria voz... Um dia já se passou dessa experiência, mas resta até agora minha indignação e tristeza, pelo que houve, pelo que não deveria haver e pelo que não pude fazer...

Ali, quem entrou bem é bem possível que saia doente, de raiva.