segunda-feira, 26 de maio de 2008

O inquestionável direito de ser quem se é...


Uma pena o ser humano ter perdido boa parte das capacidades lúdicas, se comprometido com uma moralidade que só o escraviza à infelicidade, que o faz ser fiscal da vida alheia. Que permite que ele furte-se da dádiva suprema de viver a própria vida contanto que impeça o próximo de viver plenamente a sua.
É um tempo verbal pior do que o do "gozar com o pau dos outros", pq é o próprio "brochar o pau dos outros". Muito triste isso... Sou mais os tempos idos, onde não havia essa "moralidade cristã". Ai que saudade da Roma antiga!
Não, eu não sou contra o Cristo, acho até a mensagem muito bonita, sofríveis são as distorções...
O "ama ao próximo como a ti mesmo" não era um preceito, um mandamento, mas uma afirmação. Tu só podes amar conforme conheces o amor, e o maior e mais forte deles é o amor próprio. Portanto, só amas ao próximo como sabes amar a ti. E o ser humano é muito mau amante de si mesmo, se condena, se culpa, se julga muito mal, só tem olhos pra que julga serem seus erros, não se dá nenhum carinho, nenhuma consideração. Como é que vai amar direito quem quer que seja, se só sabe dar o que tem, reproduzir sua torta maneira de amar a si?
É, é por isso que olhamos o semelhante com tanto julgamento. Calamos em nós mesmos todas as vontades que nos ensinaram a achar que são feias, inadequadas. Calamos até de nós mesmos, nos proibimos de sentir, de saber que sentimos, nos proibimos de viver a plenitude de nossos sentimentos, e julgamos e apontamos todo aquele que consegue ir além dessa moralidade hipócrita e castradora. Apontamos o dedo, rotulamos como anormal. E as vezes, os nossos desejos reprimidos nem eram aqueles, eram até mais simples, mas, basta que alguém seja capaz de viver em paz com o seu, que é o suficiente para que queiramos apontá-lo. "Afinal, quem lhe deu o direito?! Eu não posso! Por que ele pode?! Ah! Isso não fica assim!"
É, e viva a infelicidade, viva a frustração, viva os guetos!
Pra que viver e deixar viver?!
"Ah! A liberdade dá medo! E nem é o medo de deixar o outro ser livre, é que se ele tiver essa liberdade, eu também terei a obrigação de tê-la. E como é que vou lidar com isso?!" Falta coragem pra dizer, mas é o que muitos pensam, ou sentem lá num canto escondido que ainda consegue sentir e não conseguem admitir, mas sentem...
Ah! Saudade de um tempo em que nem vivi, onde o que se faz na própria intimidade, ou até em sociedade, não é motivo pra preconceito, segregação.
Hoje, pra fazer de conta que há respeito à diversidade sexual, há um dia, que nesse ano foi ontem, o da popularmente chamada "Parada Gay", onde casais do mesmo sexo podem caminhar de mãos dadas, se beijar em público, como qualquer casal hetero. É o direito indisponível de todo cidadão, mas, que pra esses tem dia determinado e prazo curto.
Tudo é liberado. Pq será que nos outros dias do ano um beijo gay escandaliza e nesse não?
Ah! Orgulho gay é todo dia! Orgulho humano!
Torço muito pra que cada um aprenda a sentir amor incondicional por si mesmo, assim, não precisaremos de data específica pra exaltar os direitos de nenhuma minoria.
Bem vindo seja o amor incondicional para o perfeito "ama o próximo como a ti mesmo"!
Benvinda seja a humanização do humano.
E que não tarde!
Já estou entoando um mantra, que aprendi com uma amiga, nesse intento "quero agora, sem demora!"
Sonhar não custa nada...


Esse ano não fui à parada. Uma pena, pq adoro aquela festa!
Não tem brigas, violência, só uma energia muito boa de quem quer curtir a liberdade e a alegria de ser quem é.
Adoro aquele colorido, gente de todo jeito, música, fantasia.
Um dia ainda vou montada de drag queen! Acho-as máximo, poderosérrimas. A extravagância, a exuberância delas com todo aquele humor. Sem dúvida é uma coisa que eu quero muito aprender na vida, aquele humor.
Quem não tem humor já morreu. E se morreu, só tem um jeito, se enterra! :P

3 comentários:

De Marchi ॐ disse...

Concordo, Mony...

P.S.: Infelizmente as notícias são outras, rolou muito assalto, brigas e acidentes neste ano, diferentemente dos demais. Ou seja, virou "carnafolia".
Se era bom, o tempo já diz: era.

Vinícius Castelli disse...

As pessoas não se dão ao trabalho de conhecerem a si mesmas.

Que dirá de conhecer outras pessoas, e quando digo conhecer, digo pra valer. Não de uma maneira qualquer como se percebe na maioria dos casos.

Ainda assim, acredito nas pessoas, pois conheço algumas que mostram ao mundo que ele pode ser diferente, pois essas poucas fazem a diferença.

Que sejam felizes, todos.
Todos os que fazem por merecer.
E aos que não tem humor, felicidade verdadeira, com licença.

Vivaaaaaaaaa !!!

웃 Mony 웃 disse...

PQP!
Tomara o esquema de segurança ano que vem seja melhor. É uma festa que vale a pena.
Não quero dizer que valeu nas outras vezes que fui, pq me recuso conjugar o verbo no passado. Quero ir em muitas outras.
Ah! Não dá pra deixar cair na avacalhação...
É que complica garantir a segurança com uma multidão, quatro milhões de pessoas é gente que é um mar!