quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ah! Coitado!







Vamos continuar a discussão a respeito do coitadismo, iniciada ontem...
Não bastasse toda a reforçadíssima carga de sacrifício, martirização e o escambau da crença cristão, ainda temos a já elencada lista de (des)"razões" para o povo brasileiro ser um ativista incondicional (ainda bem restam alguns pra me contradizer...) do coitadismo.
Pois é, eles devem acreditar que "só através do sacrifício se alcança a luz", "o sofrimento purifica a alma", "só tem valor aquilo que veio de muito suor!" e é um sem número a lista mantras da pobreza mental, espiritual e material da nação...
Afe! Que deprimente!
Tem muito o que render esse assunto, sei que ainda vou retomá-lo por muitas vezes, com outros enfoques. Mas, estou ciente de que é um assunto recorrente, uma vez que há várias maneiras de apoiar e/ou exercer o coitadismo...
Ativistas infernais dessa instituição lastimável, mantenham distância!
Vou falar sobre uma das manifestações mais rasgadas do coitadismo que mais tem me incomodado nas últimas semanas, pela milionésima vez, pq infelizmente, parece que boa parcela da imprensa vive da tragédia alheia.
Sim, se já não sou muito de assistir notíciários, pq dá neurose em qualquer pessoa a quantidade de noticias ruins disparada por minuto... Aliás, o IDEC, INMETRO ou orgão afin deveria fazer uma pesquisa do limite de exposição tolerável à saúde humana da desgraceira impressa, radiodifundida e televisionada... Que nem tem em relação à poluição, coliformes fecais e equivalentes. Que, aliás, de novo, estão no mesmo patamar...
Retomando, o que mais me incomodou foi a absurda veiculação por todos os meios, inclusive aquele de boca a orelha, dada ao episódio da menina arremessada pela janela do apartamento do pai.
Foi tanto que se falou disso, inclusive, que como pensei, houveram outros casos de criança arremessada...
Afe! O que é o poder do "inconsciente coletivo", ou seja lá como prefira chamar, focado nesse assunto.
Coisa mais irritante. Sinto pela perda da criança, pelo acontecido.
Tá, mas também, sinto numas, mais no que tange ao sentido de humanidade. Pq não vou ser hipócrita a ponto de dizer que chorei, me escandalizei ou coisa assim. Sinto muito, mas, tenho uma vida pra cuidar. Sinto muito quando acontece alguma coisa a alguém que eu conheço, gosto.
Mas, não dura mais do que o tempo da exclamação: Puxa vida, que coisa triste!
É, até pq, se eu for me deprimir por cada notícia ruim que divulgam, PQP! Nem sairia da cama...
Melhor é não ouvir!
Sim! faço questão de me alienar do que não me acrescenta em nada. Se não acrescenta, tirar é que não vai. Não, a minha paz eu não deixo nada me tirar não!
Que me chame de fria quem quiser!
Detesto comoção nacional! Detesto essa ode aos desgraçadinhos.
Não, não faço parte desse grupo, glória, aleluia, amém! E nem quero fazer!
Aconteceu. Foi. A quem de direito, todo o direito de sentir a dor que sente. A quem não, vá lavar um bom tanque de roupas pra ver se não esquece rapidinho... Vai esquecer e começar a reclamar que "Ai! Que esse sabão acaba cas minhas unha!" Ai! Que resseca as mão e arde os olho!"
Agora é mais fácil esquecer-se da própria vida e fazer vigília na frente da casa da mãe... Identificar-se com causa alheia e esquecer da própria vida lá, desmoronando... E ainda bater no peito e dizer que se comove sim, pq tem sentimento!
Ah! Vá encarar cem metros de cana pra cortar!
Fica aí essa lamúria nacional, que só serve pra despistar as notícias de corrupção e pra vender jornal, dar no saco da gente com o mesmo assunto quinhetas vezes na TV.
troço mais chato!
Cultura, educação, diversão saudável, meios de aumentar a auto-estima do povo ninguém mostra né?!
Não precisam deixar o caso lá na gaveta, mas, precisa TODOS os canais da TV aberta e alguns da por assinatura passarem o dia todo só nesse assunto?! Informa quando tiver novidades. Aliás, novidades comprovadas, verdadeiras, sem especulação.
PQP!
Felizmente eu conheço alguns jornalistas sérios, mas não consigo deixar de notar que uma parte mais se assemelha a bandos de urubus e alguns outros a cultivadores de carniça...

É triste, pq com isso, perdemos nós, pq comprometesse o direito ao acesso à informação...
E não muda, pq o povo gosta.
Fica difícil saber na mão de quem estamos...

2 comentários:

Vinícius Castelli disse...

Estamos nas nossas próprias mãos.
Sabe aquela coisa, quem espera 'NUNCA' alcança.

Beijos

웃 Mony 웃 disse...

Sim, concordo totalmente...
Mas em termos de informação, fica mais difícil... Tem que garimpar muito, ou engole-se o que é lugar comum. :(

Beijo, querido.